DEFINIÇÃO E INCIDÊNCIA DE DOR MENSTRUAL OU DISMENORREIA
A dor menstrual ou dismenorreia é um distúrbio ginecológico comum que afeta entre 20 e 90% das meninas e mulheres em idade reprodutiva.
A dismenorreia é a dor pélvica intensa, dor abdominal e cãibras que podem ocorrer antes e/ou durante a regra.
A dor é difícil de medir e objetivar, mas em uma escala de 0 a 10, onde 0 é nenhuma dor e 10 é a pior dor imaginável, a partir de 4 a dor menstrual não deve ser considerada normal.
A dor menstrual não é uma doença, mas um sintoma de uma doença que deve ser diagnosticada e tratada.
- Se a dor menstrual impede uma mulher de levar uma vida confortável no trabalho, familiar, acadêmica ou social, é necessário ir ao seu ginecologista para que ele possa prosseguir com os exames que permitem diagnosticar a doença que causa a dor e iniciar o tratamento. tratamento.
SINTOMAS
Cerca de 30% das raparigas e mulheres com dores menstruais sofrem de sintomas graves que condicionam e limitam a sua vida profissional, académica e familiar.
Dependendo da doença que causa a dor menstrual, além de cólicas intensas e dores pélvicas e abdominais, os sintomas que podem aparecer com mais frequência são os seguintes:
- Dor lombar
- Dor de cabeça
- Tontura
- Cólica
- Náusea e vômito
- Fraqueza e fadiga
- Sangramento intenso e/ou sangramento prolongado
QUANDO IR AO GINECOLOGISTA
A menstruação pode causar desconforto abdominal ou dor leve, mas quando a menstruação é dolorosa e impede de seguir a rotina diária ou não permite uma vida confortável, é necessário ir ao ginecologista.
Em uma escala de 0 a 10, se uma mulher descreve sua dor como 4 ou mais, é necessário investigar e realizar testes diagnósticos para descobrir e tratar a causa da dor.
É aconselhável consultar o ginecologista se ocorrer alguma das seguintes circunstâncias:
- Dor e cãibras aparecem pela primeira vez.
- A dor menstrual é acompanhada de febre.
- Você sente dor mesmo quando não está menstruada.
- A dor menstrual piora e se torna mais intensa ou insuportável.
- A dor menstrual e outros sintomas impedem a vida acadêmica, profissional, social ou familiar normal.
Se a mulher sofre de algum dos sintomas mencionados, é muito importante que ela vá ao seu especialista de confiança para que sejam realizados exames que permitam o desenho de um tratamento individualizado e adaptado às circunstâncias, necessidades e desejos da paciente.
DIAGNÓSTICO
Para descobrir a causa da dor menstrual, o ginecologista realiza um exame físico e uma entrevista clínica com a paciente para conhecer detalhadamente a história, os sintomas e as características da dor.
O ginecologista pode solicitar exames complementares de diagnóstico, como ultrassonografia, ressonância magnética, exames de sangue ou culturas para confirmar o diagnóstico.
A entrevista clínica, o exame físico e os exames diagnósticos permitirão ao ginecologista descobrir a doença que causa a dor e iniciar o tratamento.
CAUSAS DA DOR MENSTRUAL
As causas das dores menstruais são inúmeras, mas as mais comuns são endometriose, adenomiose, prolapso e miomas uterinos, todas doenças que uma vez diagnosticadas corretamente podem ser tratadas de forma eficaz.
- ENDOMETRIOSE
A endometriose é uma doença crônica que geralmente afeta mulheres em idade reprodutiva, embora uma pequena porcentagem de casos mantenha os sintomas durante a menopausa.
É uma doença que causa muita dor durante a menstruação e ovulação, muitas vezes dor pélvica contínua, desconforto durante a relação sexual e, em algumas ocasiões, dificulta ou impede a gravidez.
Na endometriose, o endométrio (o revestimento interno do útero) se implanta fora de seu local habitual e a partir desse local se prepara todos os meses para uma possível gravidez.
Como o endométrio não está em seu lugar habitual, a menstruação não tem saída e permanece dentro do corpo. Esses vestígios da menstruação são responsáveis pela dor que as mulheres com endometriose apresentam.
- ADENOMIOSES
A adenomiose é uma doença ginecológica crônica comum que geralmente afeta mulheres em idade reprodutiva e pode causar dor intensa durante a menstruação, sangramento uterino abundante e problemas de infertilidade.
A adenomiose consiste em células do endométrio que se deslocam de seu lugar natural e penetram no interior da parede muscular do útero.
Essas células endometriais deslocadas (em sua nova localização na parede muscular) continuam a funcionar exatamente como fariam se não tivessem sido deslocadas de sua localização natural.
A cada novo ciclo menstrual, as células deslocadas engrossam, se degradam e acabam causando na paciente desde leve desconforto até dor intensa e sangramento profuso e prolongado.
- PROLAPSO UTERINO
O prolapso uterino ou prolapso do assoalho pélvico é a descida dos órgãos pélvicos (bexiga, útero ou reto) através da parede vaginal, como resultado de falha ou ruptura dos elementos de suspensão desses órgãos.
O prolapso uterino ocorre quando os músculos e ligamentos do assoalho pélvico enfraquecem, não fornecem mais suporte adequado para o útero, e o útero desce ou sai da vagina.
Entre as causas do prolapso do assoalho pélvico estão o parto vaginal, constipação crônica, práticas esportivas que exigem pressão abdominal, obesidade, tabagismo, radioterapia pélvica e cirurgias radicais para tratamento de câncer ginecológico.
- Fibróides
Os miomas uterinos, também chamados de miomas uterinos, são tumores benignos (não cancerosos) muito comuns durante a idade reprodutiva das mulheres que se desenvolvem nas paredes musculares do útero.
Os miomas podem causar sintomas como sangramento menstrual intenso, menstruação dolorosa, dor abdominal, desconforto durante a relação sexual, dor lombar, sensação de peso na parte inferior do abdômen, aumento da frequência urinária, constipação e, em alguns casos, perda de gravidez ou infertilidade. .
TRATAMENTO DA DOR MENSTRUAL
O tratamento da dor menstrual deve ser muito individualizado, dependendo do perfil e das circunstâncias da paciente, e varia de acordo com a intensidade, duração e, principalmente, a causa da dor.
Se a dor for leve, dependendo da causa e do contexto de cada paciente, o ginecologista pode recomendar apenas tratar os sintomas com medidas que modulam e aliviam a dor:
- Mudanças na dieta.
- Limitação no consumo de álcool e cafeína.
- Exercício físico frequente e moderado.
- Exercícios de relaxamento.
- Analgésicos anti-inflamatórios, como o ibuprofeno.
- Drogas naturais, como açafrão ou canabidol.
- Calor local, por exemplo, no abdome inferior.
Se a dor associada à menstruação for intensa e duradoura e impedir a mulher de continuar sua vida diária normalmente, é necessário ir ao ginecologista o quanto antes para descobrir a causa e tratá-la adequadamente.
Devido à influência social, muitas mulheres assumem que devem considerar a dor menstrual como “normal”, mesmo sendo incapacitante, prejudicando seu bem-estar pessoal e não permitindo que levem uma vida confortável e tranquila.
Mas a dor menstrual incapacitante não é uma circunstância inevitável: é um sintoma de uma doença que pode e deve ser diagnosticada e tratada individualmente por ginecologistas especializados.